Verruga Plantar – Sintomas e Tratamentos

Verruga Plantar – Sintomas e Tratamentos

VERRUGAS PLANTARES: INFECÇÃO PELO VPH NO PÉ

As Verrugas plantares são as infeções mais frequentes da pele, caracterizam-se por proliferações cutâneas benignas transmissíveis e muito frequentes.

O Vírus do Papiloma Humano é o agente presente nesta patologia e só permanece latente a nível celular entre 1 a 8 meses até ao aparecimento da verruga plantar.

O comité Internacional de Taxonomia Vírica (ICTV), na sua última publicação em 2009, estabelece uma família exclusiva para os Papilomavírus, enquadrando todos os genótipos identificados do Papiloma Humano (VPH).

Alguns genótipos do VPH apresentam trofismo das células basais da epiderme da planta do pé, penetrando o vírus na pele através de lesões prévias e desenvolve-se; formando uma lesão benigna.

A prevalência das verrugas é elevada em crianças e vai diminuindo ao longo da segunda década de vida.

O mecanismo de transmissão pode ser por contacto direto (pessoa a pessoa) ou indireto (piscinas, duches, ginásios..) ou seja os locais de maior contágio são ambientes húmidos em que a humidade é um fator facilitador para a penetração do vírus na pele.

O local da planta do pé onde é mais frequente o aparecimento do vírus é maioritariamente em locais de pressão plantar cerca de 72% em zonas de pressão plantar média é de cerca de 19% e em locais sem apoio plantar cerca de 9%.

Existe uma maior incidência em desportistas e em pacientes que apresentam hiperhidrose (devido á presença de humidade)

CLASSIFICAÇÃO DAS VERRUGAS PLANTARES

As verrugas plantares podem ser classificadas: Segundo o seu serotipo, localização, morfologia e as verrugas em mosaico.

a) Segundo o serotipo:

  • As verrugas plantares do tipo vulgares correspondem ao serotipo 1,2,4,7
  • As verrugas plantares correspondem ao serotipo 1,2 (em mosaico)
  • As verrugas planas correspondem ao serotipo 3
  • Os condilomas correspondem ao serotipo 6,11
  • A Epidermodisplasia corresponde ao serotipo 5

b) Segundo a localização

  • Periungueais (ao redor da unha)
  • Subungueais (debaixo da unha) são do tipo proliferativo com crescimento até ao exterior da unha
  • Interdigitais com aspeto macerado devido á humidade interdigital
  • Plantares em zonas com ou sem pressão plantar

c)Segundo a sua morfologia

  • Endofíticas – são lesões que crescem em profundidade e localizam-se em zonas de pressão plantar, frequentemente apresentam uma lesão hiperqueratósica.
  • Exofíticas – são lesões superficiais e múltiplas.

d)Verrugas em mosaico

Estas lesões são proliferativas e profundas como as plantares. A transmissão inicial é infiltrativa pelo VPH e num segundo estádio desenvolve-se por via linfática.

Em suma o aparecimento das verrugas plantares únicas caracterizam-se por um crescimento endofítico; em zonas de pressão causando dor devido à compressão das terminações nervosas e consequentes alterações da marcha e da postura favorecendo a alterações biomecânicas importantes.

Por outro lado, as verrugas plantares em mosaico apresentam um crescimento mais superficial e em maior extensão do que em profundidade, por esta razão são assintomáticas.

SINTOMAS

Os pacientes recorrem à consulta podológica referindo maioritariamente; dor no local da lesão, e por vezes esta lesão é acompanhada por pequenas hiperqueratoses que depois de deslaminadas são observados pequenos pontos negros no centro da verruga.

TRATAMENTO

De acordo com a literatura o tratamento de verrugas é muito amplo destacando-se:

  • Tratamento físico: laserterapia e crioterapia.
  • Tratamento químico: com aplicação de ácidos como acido salicílico, ácido monocloroacético, ácido nítrico entre outros.
  • Tratamento farmacológico: bleomicina, imiquimod, cimetidina
  • Tratamento cirúrgico: extração da verruga com aplicação de anestesia local.

PREVENÇÃO

  • Utilizar chinelos ou sandálias em locias públicos como chuveiros;
  • Não partilhar objetos (limas, corta unhas, pedras pomes) de outros nos pés;
  • Manter os pés limpos e secos;
  • Não arranhar uma verruga;
  • Não tocar na verruga de outra pessoa sem luvas.

Dr.ª Fátima Lopes Carvalho

Podologista Especialista em Cirurgia Podológica

CP252 ACSS

Verruga plantar antes do tratamento

48h após tratamento com Laserterapia

 

BIBLIOGRAFIA

– Fernández Domíguez, Hugo, et al. «Revisión bibliográfica de los tratamientos de la verruga plantar». Revista española de podología, vol. 25, n.º 4, 2014, pp. 138-41.

– Ferrándiz C. Dermatología clínica. Madrid: Elsevier; 2001.

Huang W, Morrell D. Successful treatment of recalcitrant wartz with topical squaric acid in immunosuppressed child. Pediatr Dermatol. 2008 Mar-Apr;25(2):275-6

– Zalacain A, Ogalla JM, García – Patos V. Atlas y sinopsis de enfermedades cutáneas del pie. ISDIN S. A.; 2008.