OSTEONECROSE DE FREIBERG

OSTEONECROSE DE FREIBERG

A doença foi descoberta por Freiberg em 1914 e caracteriza-se por dor persistente sobre as cabeças metatarsais centrais geralmente no segundo metatarsiano; inicialmente acompanhada de edema local e incapacidade funcional parcial coincidindo com o desaparecimento da cartilagem.

A doença incide mais no sexo feminino do que no masculino numa porção de 3:1 e ocorre na segunda década de vida.
Freiberg propôs o desenvolvimento da doença devido a um traumatismo, no entanto há quem defenda tratar-se de uma alteração circulatória com consequente necrose na epífise do metatarso.
Assim a hipótese de microtraumatismos repetitivos por sobrecarga dos metatarsos centrais devido a: insuficiência do 1.º raio, atividades profissionais como (bailarinas, atletas de corrida e salto) e os próprios aspetos sociais como utilização de sapato de tacão alto contribuem para o desenvolvimento da doença.
Por outro lado a isquemia da artéria nutrícia pode ser provocada por embolia, traumatismo ou compressão latero-medial. A segunda cabeça metatarsal é a mais afetada seguida da 3ª e 4ª sendo muito pouco provável na 5ª e inexistente na 1.ª.
A radiologia ao Pé nesta patologia é fundamental para se observar qual a fase da evolução da doença sendo que a primeira fase é a mais dolorosa e as seguintes 2ª e 3ª fase são observáveis sinais de cabeça metatarsal aplanada e invertida o edema desaparece e a artrite existente anteriormente evoluiu para artrose. Na 4ª fase a base da falange também é afetada acabando a articulação anquilosada.
O tratamento de eleição é ORTOPODOLÓGICO com a aplicação de uma ortótese plantar personalizada, afim de evitar as deformidades que surgiriam pelo esmagamento da região e recuperação. No entanto o tratamento conservador em casos muito particulares; pode não ser o suficiente e o quadro clínico progredir principalmente com a utilização de saltos altos ou prática de atividades desportivas muito exacerbadas optando-se assim pelo tratamento cirúrgico cujo objetivo é a colocação de enxerto ósseo esponjoso na região subcondral de necrose da cabeça do metatarso ou também se pode efetuar uma osteotomia.
Dra. Fátima Carvalho
Licenciada em Podologia
Especialização em cirurgia de Ante-pé (NYCPM), USA