HALLUX RIGIDUS – sintomas, diagnóstico e tratamento
Diariamente durante a marcha o primeiro dedo do pé e a sua articulação com o metatarso; sofre muita pressão/força igual a duas vezes o seu peso corporal. O hallux rigidus refere-se a uma limitação da mobilidade da articulação metatarsofalângica do hallux, ou seja, um problema que afeta o primeiro dedo do pé; caracterizando-se por dificuldade em dobrar o dedo, debilidade articular, dor incapacitante e ou rigidez articular.
Assim o hallux rigidus é uma forma de artrite degenerativa que com o passar do tempo diminui o movimento do primeiro dedo.
Esta patologia numa fase inicial o movimento do primeiro dedo encontra-se apenas com movimento articular limitado e nesta fase é caracterizado por hallux limitus, mas com o passar do tempo a amplitude de movimento articular vai diminuindo gradualmente até atingir uma fase final de rigidez completa – hallux rigidus.
QUAIS OS PRIMEIROS SINAIS E SINTOMAS?
- Dor e rigidez no primeiro dedo do pé durante a marcha;
- Dor e rigidez agravadas por temperaturas baixas e húmidas;
- Dificuldade em certas atividades como corrida e agachamento;
- Inchaço e inflamação ao redor da articulação.
SABIA QUE À MEDIDA QUE A DOENÇA SE TORNA MAIS GRAVE PODEM SURGIR SINTOMAS ADICIONAIS?
- Dor mesmo durante o repouso;
- Dificuldade em calçar devido à presença de exostoses ósseas (crescimento excessivo do osso);
- Dor intensa no joelho, quadril e região lombar devido a alterações biomecânicas do pé e cadeia ascendente;
- Claudicação em casos mais graves.
O QUE PROVOCA O HALLUX RIGIDUS?
Esta patologia pode ocorrer em adultos jovens, nomeadamente em atletas jovens como jogadores de futebol, bailarinas de ballet trabalhadores com trabalho dinâmico com manipulação de cargas, trabalhadores com trabalho estático, mas com movimentos de agachamento, mas a maioria das vezes afeta indivíduos com mais de 50 anos.
As causas comuns de hallux rigidus são essencialmente biomecânicas e estruturais do pé: hipermobilidade interfalângica, supinação de antepé, pronação da articulação subastragalina que podem levar à osteoartrite na articulação do primeiro dedo. Este tipo de artrite que é resultado do “desgaste” da articulação.
DIAGNÓSTICO DE HALLUX RIGIDUS
O diagnóstico é efetuado através de avaliação clínica podal, podobarometria e raio X. Durante a avaliação clínica são avaliados todos os parâmetros biomecânicos e estruturais do pé e cadeia ascendente.
A podobarometria é um exame onde se obtém a análise detalhada do pé, membro inferior, tronco, membro superior e cabeça em estática e em dinâmica observando assim os pontos de maior pressão exercida permitindo efetuar um diagnóstico altamente personalizado, pois os parâmetros de estudo são:
- Pico de pressão em estática e durante a marcha;
- Pressão total em cada pé,
- Área de contacto do retropé, mediopé e antepé
- Centro de pressão para cada pé,
- Oscilometria em posição ortostática,
- Determinação das áreas de risco no pé
- Transferência dinâmica de carga durante o ciclo do caminhar
O RX é necessário para avaliar a extensão da degeneração e formação de osteófitos e observar o formato da cabeça do metatarso, quantidade de espaço articular e avaliação de perda de cartilagem.
TRATAMENTO
Abordagens não cirúrgicas
O tratamento inicial é iniciado com anti-inflamatórios para controlar a dor, inchaço, calor e vermelhidão da artrite degenerativa e aplicação de tratamento ortopodológico – ortótese plantar personalizada. A terapia de ozono também é recomendada nesta fase.
QUANDO É NECESSÁRIA A CIRURGIA?
Em alguns casos, a cirurgia é a única maneira de eliminar ou reduzir a dor. Existem vários tipos de cirurgia que podem ser realizadas para tratar o hálux rigidus. Esses procedimentos cirúrgicos enquadram-se em duas categorias:
Alguns procedimentos reconstroem e “limpam” a articulação. O Podologista/Podiatra remove os danos da artrite da articulação, bem como qualquer osteófito ósseo, e depois altera a posição de um ou mais ossos no primeiro dedo do pé. Esses procedimentos são projetados para preservar e restaurar o alinhamento e a função normais da articulação, além de reduzir ou eliminar a dor.
Procedimentos mais agressivos como artrodese e artroplastia são usados quando a articulação não pode ser preservada. Isso pode envolver a fusão da articulação ou a remoção de parte ou de toda a articulação e, em alguns casos, a substituição por um implante, como é feito no quadril ou no joelho. Esses procedimentos eliminam a dor no primeiro dedo e no pé proporcionado estabilidade do mesmo.
Stay home, stay safe!
Dra. Fátima Carvalho
Licenciada em Podologia
Especialização em cirurgia de Ante-pé (NYCPM), USA